Vantagens e desafios da auto-organização

A auto-organização faz parte do ADN da 7Graus desde o início. Mesmo antes de implementarmos formalmente algumas das práticas que apoiam a auto-organização, a regra da competência para além do “título” esteve sempre presente. Valorizamos a verdade e o pragmatismo acima do status e dos métodos “by the book.” Promovemos a flexibilidade versus a rigidez ou a burocracia. Contudo, embora vejamos muitos benefícios, também encontramos alguns desafios ao vivermos desta forma de organizar o trabalho e as nossas relações.

Conhece um pouco das vantagens e dos desafios que enfrentamos:

Quais são as vantagens?

  • Fluidez do trabalho (menos bottlenecks)
  • Eficiência
  • Envolver as pessoas detentoras da informação nas tomadas de decisão
  • Maior velocidade de adaptação (muito importante num ambiente em constante mudança)
  • Maior nível de autonomia
  • Crescimento profissional
  • Transparência
  • Burocracia mínima
  • Conhecimento partilhado
  • Auto-regulação do sistema

Desafios comuns:

Nem todos estão preparados para não ter manuais nem instruções rígidas e assumir responsabilidade e decisão.

Tradicionalmente, as organizações estão desenhadas para responder a condições bastante estáveis, para trabalho repetitivo e que tenha um impacto na segurança e garanta a estabilidade de produtos – e, por isso, têm de ser processos rígidos. Por outro lado, o nosso trabalho e ambiente estão em permanente mudança e temos de nos adaptar rapidamente para permanecermos relevantes. Nós temos de lidar com coisas que estão a ser inventadas agora, que ainda não têm manual, nem instruções – e temos de ter abertura para lidar com o desconhecido e com a ambiguidade no dia a dia. Temos de ter a mente aberta e experimentar.

Mudança contínua e necessidade de adaptação.

Para muitos mudar de uma organização tradicional para uma plana exige uma mudança de mentalidade e também uma mudança de crenças e hábitos. Ao longo da nossa vida, ficamos habituados a que nos digam o que fazer. Primeiro pelos nossos pais e professores e, mais tarde, por supervisores ou um chefe que tem a “responsabilidade final”. Numa organização plana toda a gente é responsável pelo resultado do trabalho individual e colectivo. Além disso, todos podem ser agentes de decisão e de ação – a iniciativa e a liderança estão distribuídas numa organização plana, e isto não está relacionado com a posição ou o “estatuto”.

Os erros não são vistos como falhanços, mas sim como oportunidades de aprendizagem.

Mais do que isso, as perguntas não são vistas como incompetência, mas sim um sinal de curiosidade e pensamento independente. Nós aprendemos a funcionar num sistema de educação onde somos “castigados” pelos nossos erros. Aprendemos a evitá-los, escondê-los. Mas estarmos preparados para falhar e aprender com isso é um elemento fundamental quando trabalhamos sem um chefe. Da mesma forma, fazermos perguntas é importante para garantirmos que toda a gente compreende o “porquê” de fazermos as coisas e não apenas “o que é” que temos de fazer. E, se questionarmos os outros, estamos a desafiá-los a tomar melhores decisões.

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